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sábado, 21 de janeiro de 2012

FRUTEIRA DESCONHECIDA E MUITO RARA É COMERCIALIZADA EM DUAS FEIRAS NA CIDADE DE MANAUS.

Trata-se de uma fruteira que pode ser desconhecida até pela própria ciência. Esta planta é chamada de gogó-de-guariba, no entanto, não foi possível identificar a espécie, em decorrência de sua raridade no ecossistema amazônico e, pela falta material herborizado semelhante ao material botânico coletado no campo.
Afonso Rabelo-Engenheiro Florestal
rabeloafonso@gmail.com

NOMENCLATURA DA ESPÉCIE
Família: Hippocrateaceae Juss.
Gênero: Salacia L.
Nome científico: Salacia sp.

Características botânica do gogó-de-guariba

ÁRVORE - O gogó-de-guariba é um cipó lenhoso, muito raro (semelhante a um arbusto), com até 12 metros de altura e caule com 10-15 cm de diâmetro. Possui caule tortuoso, cilíndrico e ritidoma (casca) áspero; na extensão da copa existem várias ramificações e folhagens abundantes. É nativo da Amazônia, onde é encontrado na forma silvestre nos ecossistemas de várzeas baixas, principalmente, no rio Solimões e seus tributários (Figura 1).

Figura 1 - Hábito de crescimento do gógo-de-guariba.

 FOLHAS - São simples, disposições opostas, glabras e com pecíolo curto, este medindo de 1 a 1,5cm de comprimento; lâmina foliar com forma oblonga, ápice e base arredondada, superfície superior brilhosa com coloração verde-escura e a inferior verde-clara, com nervura central e paralelas proeminentes (Figura 2).

 Figura 2 - Ramo com folhas do gogó-de-guariba.

INFLORESCÊNCIAS - São panículas vistosas muito ramificadas, formadas nos ramos desnudos; as flores são pequenas e formadas por 5 sépalas e 5 pétalas de coloração marrom (Figura 3).

 Figura 3 - Inflorescências paniculadas do gógo-de-guariba. 

FRUTOS - São bagas indeiscentes, sem aroma e com forma globosa, medindo em média 8cm de comprimento por 7,97cm; o epicarpo (casca) é carnoso e grosso, este possui a superfície externa levemente áspera com presença de estrias acinzentadas e coloração alaranjada quando maduro. O mesocarpo (polpa) é suculento, possui coloração laranja-escura e rendimento de ±35% do total do fruto. Este mesocarpo (polpa) possui baixa acidez e paladar levemente adocicado; seu consumo é basicamente na forma in natura (Figuras 4).

 Figura 4 - Detalhe dos frutos inteiros e descerrados do gógo-de-guariba.

SEMENTES - No interior dos frutos, encerram-se geralmente 4-5 sementes graúdas de formato oblongo, tegumento fino e coloração marrom; o endosperma é sólido e abundante (Figura 5).

 Figura 5 - Sementes inteiras e descerrada do gógo-de-guariba.

COMERCIALIZAÇÃO - A comercialização dos frutos de gogó-de-guariba ocorreu em 20% das feiras visitadas, nos meses de maio, junho e julho com pequenas ofertas nas feiras de frutas regionais e da Panair. É efetuada somente no varejo, onde são vendidos por unidade, custando entre R$ 0,50 a 1,00 na feira da Panair, contudo, na feira de frutas regionais, são vendidos em sacolas de náilon contendo 3 unidades, ao preço de R$ 4,00. Esses frutos são resistentes ao transporte, mas perecíveis em poucos dias (Figura 6).

 Figura 6 - Detalhe da comercialização dos frutos do gógo-de-guariba.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

FRUTOS NATIVOS DA AMAZÔNIA COMERCIALIZADOS NAS FEIRAS DE MANAUS E REGIÃO METROPOLITANA NO MÊS DE JANEIRO

Foram encontradas 15 espécies diferentes de frutos sendo comercializados no mês de janeiro, são elas:
Afonso Rabelo - Engenheiro Florestal
rabeloafonso@gmail.com

Detalhe da feira do município do Iranduba-AM.
1 - BACURI-DO-IGAPÓ: Garcinia brasiliensis Mart. – (Família Clusiaceae) – Encontrado com baixa frequência e baixa abundância.
Figura 1 - Comercialização do bacuri-do-igapó em sacolas de náilon.
2 - BIRIBÁ:  Rollinia mucosa (Jacq.) Baill. – (Família Annonaceae) – Com baixa freguência e baixa abundância.
Figura 2 - Comercialização do biribá por unidades.
3 - CASTANHA-DO-BRASIL: Bertholletia excelsa Bonpl.-  (Família Lecythidaceae) - Grande frequência e grande abundância.
Figura 3 - Comercialização da castanha-do-Brasil por litro.
4 - CUBIU: Solanum sessiliflorum Dunal – (Família Solanaceae) - Grande frequência e baixa abundância.
Figura 4 - Comercialização do cubiu por quilo.
5 - CUPUAÇU: Theobroma grandiflorum (Willd. Ex Spreng.) Schum. (Família Malvaceae) - Grande frequência e grande abundância.
Figura 5 - Comercialização do cupuaçu por unidades.
6 - INGÁ-CIPÓ: Inga edulis var. edulis Martius  - (Família Fabaceae) – Pouca frequência e baixa abundância.
Figura 6 - Comercialização do ingá-cipó por feixes.
 7 - JENIPAPO: Genipa americana L. - (Família Rubiaceae) - Muito  frequênte e muito abundante.
Figura 7 - Comercialização do jenipapo por quilo.
8 - MURICI-AMARELO: Byrsonima crassifolia (L.) Kunth - (Família Malpighiaceae). Baixa frequência e baixa abundância.
Figura 8 - Comercializaçãodo murici em garrafas de PET.
9 - PIQUIÁ: Caryocar villosum (Aubl.) Pers. - (Família Caryocaraceae) - Baixa frequência e baixa abundância.
Figura 9 - Comercialização do piquiá em sacolas de náilon.
10 - PITOMBA: Talisia esculenta (A. St.-Hil.) Radlk - (Família Sapindaceae) - Baixa frequência e pouco abundante.
Figura 10 - Comercialização da pitomba em feixes.
11 - PUPUNHA: Bactris gasipaes Kunth - (Família Arecaceae) - Grande frequência e grande abundância.
Figura 11 - Comercialização da pupunha por cachos.
12 - TAPEREBÁ: Spondias mombin L. - (Família Anacardiaceae) - Baixa frequência e baixa abundância.
Figura 12 - Comercialização do taperebá em sacolas de náilon.
13 - TUCUMÃ: Astrocaryum aculeatum Mey.- (Família Arecaceae) - Grande frequência e grande abundância.
Figura 13 - Comercialização do tucumã em sacolas de náilon.
14 - UXI:  Endopleura uchi (Huber) Cuatrec - (Família Humiriaceae) - Baixa frequência e baixa abundância.
Figura 14 - Comercialização do uxi em sacolas de náilon.
15 - UMARI: Poraqueiba sericea Tul. - (Família Icacinaceae) - Grande frequência e pouca abundância.
Figura 15 - Comercialização do umari em sacolas de náilon.




terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Comercialização das frutas nativas da Amazônia nas feiras

38 espécies diferentes de fruteiras podem ser encontradas  nas feiras de Manaus, AM, mais informações no livro "Frutos Nativos da Amazônia Comercializados nas Feiras de Manaus.
Afonso Rabelo - Engenheiro Florestal
rabeloafonso@gmail.com

     A maioria das fruteiras nativas da Amazônia não apresenta potencial florestal madeireiro. Elas produzem frutos com qualidades e sabores bastante variados, com paladar aprazível. Em geral, os frutos são consumidos na forma in natura, mas determinadas espécies apresentam frutos com potencial para uso na culinária e na agroindústria. Entretanto, pouco se sabe sobre a comercialização desses frutos nas feiras livres da cidade de Manaus.
     A comercialização dos frutos, oriundos do extrativismo sustentado, ou de sistemas agroecológicos é considerada como ecologicamente correta e economicamente viável, pois além de preservar a floresta e sua biodiversidade, proporciona receita alternativa, principalmente para as comunidades tradicionais da região amazônica e, consequentemente, gera empregos e melhoria da qualidade vida da população. Entretanto, alguns frutos oriundos do extrativismo estão cada vez mais escassos nas feiras livres da cidade de Manaus, dentre eles destacam-se: Piquiá (Caryocar villosum (Aubl.) Pers.), Pajurá (Couepia bracteosa Benth), Sorvinha (Couma utilis (Mart.) Müll. Arg.), Uxi (Endopleura uchi (Huber) Cuatrec.), Jatobá (Hymenaea courbaril L.), Bacaba (Oenocarpus bacaba Martius), Patauá (Oenocarpus bataua Martius) e Sapota-do-Solimões (Quararibea cordata (Bonpl.) Vischer), em decorrência dos desmatamentos provocado para abertura de estradas, expansão agropecuária e desenvolvimento sócio-econômico, próximo das zonas urbanas. Essa perspectiva tem causado preocupação nos ambientalistas em relação à preservação das fruteiras no seu habitat natural. Atualmente as espécies de Castanha-do-Brasil (Bertholletia excelsa Bonpl.), Jatobá (Hymenaea courbaril L.) e Piquiá (Caryocar villosum (Aubl.) Pers.), sofrem com grande perda de variabilidade genética, decorrente da supressão para retirada de madeira de excelente qualidade.







Detalhe da comercialização dos frutos amazônicos.






Frutos Amazônicos, bacuri-do-igapó no canto superior esquerdo, bacuri-de-espinho no centro e marajá-do-igapó no canto inferior direiro.
Detalhe da comercialização dos frutos típicos da Amazônia misturados com os frutos exóticos.