Frutos nativos
da região coletados pelo engenheiro florestal Afonso Rabelo viraram deliciosas
iguarias nas mãos da esposa
07 de Setembro de 2014
ANA CELIA OSSAME -
O pesquisador Afonso Rabelo e a esposa Maria das Dores
mostram iguarias criadas por eles usando frutas nativas
Bacaba, Buriti, Murici Amarelo, Camu-camu,
Jenipapo e Taperebá são frutas nativas pouco encontradas em mercados e feiras
da capital amazonense e, por isso, desconhecidas de muitos amazonenses. Alvos
de pesquisas do engenheiro florestal Afonso Rabelo, 52, do Instituto Nacional
de Pesquisas da Amazônia (Inpa), as frutas de sabores acentuados e
diferenciados, viraram também experiências culinárias causadoras de
surpreendentes expressões de satisfação de quem prova as receitas elaboradas em
parceria com a esposa dele, Maria das Dores Batista da Silva.
Uma das
primeiras demonstrações abertas ao público aconteceu na última quinta, no Paiol
da Cultura, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). Bolo de
Bacaba, de Buriti e Cupuaçu, pudim de Taperebá, além de suco de Murici Amarelo,
suco Camu-Camu, Urucuri, Jenipapo e vinho de Bacaba e Buriti foram algumas
iguarias degustadas por convidados, entre amigos e servidores do Inpa. A
preparação das receitas com os sabores genuínos da Amazônia ganha importância
graças à iniciativa do casal, que vem triturando polpas e produzindo caldas,
xaropes e cremes capazes de deixar com água na boca os observadores. De acordo
com Rabelo, as receitas foram adaptadas e ainda estão em testes, por isso ainda
não podem ser compartilhadas. Mas o potencial das frutas amazônicas mostra um
bom caminho a trilhar e que podem se transformar em pudins, creme, doce, patê,
mousses, sucos, licores, sorvetes caseiro, xaropes, pão, farinha e óleo,
enumera o pesquisador.
Experiência
A primeira
experiência de receita foi com o Taperebá, fruta cujo período de safra é de
janeiro a março de cada ano. Rabelo estava no Município de Iranduba (a 25
quilômetros de Manaus) e viu muitas pessoas vendendo um saco de 50 quilos com
frutas por R$ 10. “Como eram muitas frutas, pensei que a pessoa poderia agregar
valor e ganhar muito mais, por exemplo, fazendo suco, picolé e até um pudim, que
ficou muito gostoso”, disse ele, que ganhou o apoio da esposa na proposta que
evoluiu para outras frutas, entre as quais a bacaba, também quase inexistente
nas feiras e mercados.
A Bacaba virou
mousse e creme deliciosos, mas eles ainda não conseguiram chegar a uma receita
de pudim dessa fruta. “Nas experiências que fizemos, o gosto ficou mascarado,
mas vamos fazer novos experimentos”, disse o pesquisador. Das Dores, como é
conhecida, destaca o resultado das iguarias de outra fruta, o Urucuri, cujos suco,
creme, pudim e bolo ficam de um sabor incomparável. Esta fruta, certamente
virou receita pela primeira vez nas mãos do casal, que além de oferecer
delícias para o paladar, não esquecem de afirmar outro diferencial marcante
para as receitas: Nenhuma das frutas usadas têm agrotóxico, porque todas foram
colhidas na fonte, ou seja, na própria floresta.
Livro vai trazer frutos e receitas
No livro
publicado em 2012, Afonso Rabelo catalogou 38 espécies de frutas nativas
comercializadas nas feiras e mercados, mas não encontradas durante todo o ano,
enumerando as características. A fruta mais rara, catalogada em duas feiras, na
Panair e na Torquato Tapajós, foi a Gogó-de-Guariba, semelhante a uma maçã. Até
o ano de 2017, o casal pretende lançar um livro descrevendo cerca de 100 frutas
nativas e receitas diversas da culinária elaborada pelos dois, que chamam a
atenção para a sazonalidade de cada fruta..
Um destaque no
livro ele fará para as frutas da região do Purus, muito rica pela paisagem
exuberante e bastante preservada. Nascido lá, ele destaca por exemplo, a
existência de uma palmeira chamada Urucuri, desvalorizada e desperdiçada, mas
quando experimentada na culinária rende bolo, mousse e pudim de sabor
inigualável.
Pontos
Ideia é valorizar os frutos
amazônicos
O pesquisador
catalogou e descreveu frutas raríssimas como o caramuri, que não é
comercializado por ser uma espécie rara que só dá de quatro em quatro anos. Uma
fruta que surpreendeu o casal e familiares deles, que fizeram a primeira
degustação, foi o Urucuri, que usado em suco, creme pudim e bolo rendeu um
alimento de sabor incomparável.Para Afonso, o trabalho da catalogação e
pesquisa das frutas cumpre uma importante missão de divulgar o valor dessas
frutas e contribuir para a preservação e dessa forma, aumentar o consumo delas,
dado o grande valor nutricional de cada uma.Nas receitas de pudim, mousse,
creme, doce, patê, sucos, licor, sorvete caseiro, xarope, pão, farinha e óleo,
as frutas amazônicas desconhecidas ou pouco utilizadas ganham uma valorização importante.
(Fonte:http://acritica.uol.com.br/amazonia/Manaus-Amazonas-Amazonia-Casal-explora-potencial-frutas-amazonicas_0_1207079293.html
Excelente iniciativa! Sou do Estado do RJ, estive em Manaus e me apaixonei pelo suco de Taperebá... através do livro poderemos conhecer outras frutas e novos sabores. Parabéns!!!
ResponderExcluirEu gostaria de saber,qual livro tem as receitas?
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