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segunda-feira, 1 de maio de 2017

Engenheiro cria receita alternativa com frutos da terra para a tradicional feijoada

Reportagem de Isabelle Valois - Portal Acrítica

Manaus (AM) 


A novidade da vez é a “feijaburi”, uma feijoada que dispensa o uso de condimentos tradicionais para ser temperada com sementes de castanha, polpa de açaí e de buriti 

Apaixonado pelos frutos nativos da Amazônia e encantado pela culinária brasileira, o engenheiro florestal Afonso Rabelo lançou neste fim de semana mais uma nova especialidade da gastronomia regional, resultado de pesquisas desenvolvidas desde 2009 com os frutos nativos. A novidade da vez é a “feijaburi”, uma feijoada que dispensa o uso de condimentos tradicionais para ser temperada com sementes de castanha, polpa de açaí e de buriti.


Quem provou da feijaburi aprovou a novidade e ainda disse sentir uma diferença na quantidade de gordura (bem menor), além de não ficar com a incômoda sensação de má digestão, comum em refeições pesadas como a feijoada. “Nunca havia provado uma feijoada desse tipo. É uma feijoada normal, mas é notável a leveza dos condimentos. O caldo do feijão totalmente sem gordura, até me espantei. Espero que logo a feijaburi entre no mercado. Não vou querer mais saber de outra feijoada”, disse o advogado Michel Santos, 35, que foi degustar da mais nova culinária reelaborada por Afonso, no “Pior Bar do Mundo”, localizado na Compensa, Zona Oeste.


O engenheiro florestal informou que os ingredientes que constituem o tempero feijaburi são ricos em fibras alimentares e em propriedades nutricionais e medicinais, esses auxiliam no bom funcionamento do organismo. “Essas especialidades amazônicas adicionadas no tempero realçam o aroma e ajudam a melhorar o paladar das buchadas e das feijoadas, por isso são bem mais apetitosas”, disse.


O tempero do feijaburi é elaborado a partir da mistura de castanha-do-Brasil com as polpas concentradas do açaí e do buriti, água, ervas amazônicas, óleo vegetal, sal, vinagre e conservantes naturais. “Se esse tempo for bem armazenado, o prazo de validade pode chegar aos seis meses”, informou Afonso.


A gastrônoma Marilda Feitosa, 54, soube da degustação por meio da Facebook e resolveu ir ao evento para provar o novo prato gastronômico. “Encantei-me com a ideia deste pesquisador. Precisamos de mais projetos esse, no qual valorizam e destinam mais finalidades aos produtos da terra. A feijaburi é totalmente rica em fibras, com uma quantidade inferior de gordura que notamos no paladar. É perfeita. Por causa das fibras você percebe que se tem uma melhor digestão. Só tenho a parabenizar o engenheiro pelo projeto e iniciativa. Espero que essa ideia influencie nossos pesquisadores a darem mais valor nos nossos frutos regionais, somos ricos em ciência e inovação”, disse.


Para a aposentada Dea Cavalcante, 76, os condimentos nativos só melhoram ainda mais o paladar de um dos pratos mais tradicionais do País. “Feijoada é muito bom, mas a Feijaburi é bem melhor, tudo pelo simples fato de ser possível perceber que o prato não é tão gorduroso e quando se consome não se tem a sensação de ter exagerado, pois, como nos foi dito, a refeição é rica em fibras”, comentou. 

Link do vídeo sobre a Feijaburi: https://www.youtube.com/watch?v=t6NTF1rJBMU
 

Em breve, a feijaburi está nos mercados


A ideia agora é que até o fim de 2017 o produto entre no mercado. A empresa Agronvida irá fazer essa parceria para produzir a feijaburi em escala comercial. Conforme Afonso Rabelo, até dezembro, será publicado um livro sobre todos os processos da pesquisa da feijaburi e contará com a receita de preparo desta deliciosa feijoada amazônica. “Nossa ideia é compartilhar conhecimento assim como fizemos com outros produtos. As pesquisas que demos início em 2009 têm nos gerado várias publicações científicas e reconhecimento. Logo, não deixaremos a feijaburi fora disso, ela também fará parte deste processo e esperamos que seja um sucesso”, disse Rabelo.


O ponto de partida para as elaborações do tempero se deu em 2009, quando Afonso resolveu realizar uma pesquisa nas feiras de Manaus para ter uma ideia dos frutos nativos comercializados. Essa pesquisa durou três anos e resultou na publicação do livro “Frutos Amazônicos Nativos comercializados nas feiras de Manaus”. Após essa publicação, o pesquisador deu início ao trabalho de reconhecer as propriedades nutritivas e medicinais desses frutos e, desde então, tem buscado meios de para esses frutos serem bem aproveitado na gastronomia Amazônica.


Apoio é bem vindo


Afonso Rabelo tem investido nas pesquisas envolvendo os frutos nativos comercializados nas feiras de Manaus. No caso da feijaburi, o pesquisador informou que tem investido do próprio bolso, mas se caso alguém tenha se interessado pelo tema e queira ajudar colaborando com as pesquisas, ou por qualquer meio de apoio, pode entrar em contato com ele por meio do (92) 98813-7458. A previsão é que até dezembro, a feijaburi esteja sendo comercializada na cidade. 


Fonte: Portal Acrítica – Manaus, AM.

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