Manaus
(AM)
A novidade da vez é a
“feijaburi”, uma feijoada que dispensa o uso de condimentos tradicionais para
ser temperada com sementes de castanha, polpa de açaí e de buriti
Apaixonado pelos frutos nativos
da Amazônia e encantado pela culinária brasileira, o engenheiro florestal
Afonso Rabelo lançou neste fim de semana mais uma nova especialidade da
gastronomia regional, resultado de pesquisas desenvolvidas desde 2009 com os
frutos nativos. A novidade da vez é a “feijaburi”, uma feijoada que dispensa o
uso de condimentos tradicionais para ser temperada com sementes de castanha,
polpa de açaí e de buriti.
Quem provou da feijaburi aprovou
a novidade e ainda disse sentir uma diferença na quantidade de gordura (bem
menor), além de não ficar com a incômoda sensação de má digestão, comum em refeições
pesadas como a feijoada. “Nunca havia provado uma feijoada desse tipo. É uma
feijoada normal, mas é notável a leveza dos condimentos. O caldo do feijão
totalmente sem gordura, até me espantei. Espero que logo a feijaburi entre no
mercado. Não vou querer mais saber de outra feijoada”, disse o advogado Michel
Santos, 35, que foi degustar da mais nova culinária reelaborada por Afonso, no
“Pior Bar do Mundo”, localizado na Compensa, Zona Oeste.
O engenheiro florestal informou
que os ingredientes que constituem o tempero feijaburi são ricos em fibras
alimentares e em propriedades nutricionais e medicinais, esses auxiliam no bom
funcionamento do organismo. “Essas especialidades amazônicas adicionadas no
tempero realçam o aroma e ajudam a melhorar o paladar das buchadas e das
feijoadas, por isso são bem mais apetitosas”, disse.
O tempero do feijaburi é
elaborado a partir da mistura de castanha-do-Brasil com as polpas concentradas
do açaí e do buriti, água, ervas amazônicas, óleo vegetal, sal, vinagre e conservantes
naturais. “Se esse tempo for bem armazenado, o prazo de validade pode chegar
aos seis meses”, informou Afonso.
A gastrônoma Marilda Feitosa,
54, soube da degustação por meio da Facebook e resolveu ir ao evento para
provar o novo prato gastronômico. “Encantei-me com a ideia deste pesquisador.
Precisamos de mais projetos esse, no qual valorizam e destinam mais finalidades
aos produtos da terra. A feijaburi é totalmente rica em fibras, com uma
quantidade inferior de gordura que notamos no paladar. É perfeita. Por causa
das fibras você percebe que se tem uma melhor digestão. Só tenho a parabenizar
o engenheiro pelo projeto e iniciativa. Espero que essa ideia influencie nossos
pesquisadores a darem mais valor nos nossos frutos regionais, somos ricos em
ciência e inovação”, disse.
Para a aposentada Dea
Cavalcante, 76, os condimentos nativos só melhoram ainda mais o paladar de um
dos pratos mais tradicionais do País. “Feijoada é muito bom, mas a Feijaburi é
bem melhor, tudo pelo simples fato de ser possível perceber que o prato não é
tão gorduroso e quando se consome não se tem a sensação de ter exagerado, pois,
como nos foi dito, a refeição é rica em fibras”, comentou.
Link do vídeo sobre a Feijaburi: https://www.youtube.com/watch?v=t6NTF1rJBMU
Link do vídeo sobre a Feijaburi: https://www.youtube.com/watch?v=t6NTF1rJBMU
Em breve, a feijaburi está
nos mercados
A ideia agora é que até o fim de
2017 o produto entre no mercado. A empresa Agronvida irá fazer essa parceria
para produzir a feijaburi em escala comercial. Conforme Afonso Rabelo, até dezembro,
será publicado um livro sobre todos os processos da pesquisa da feijaburi e
contará com a receita de preparo desta deliciosa feijoada amazônica. “Nossa
ideia é compartilhar conhecimento assim como fizemos com outros produtos. As
pesquisas que demos início em 2009 têm nos gerado várias publicações
científicas e reconhecimento. Logo, não deixaremos a feijaburi fora disso, ela
também fará parte deste processo e esperamos que seja um sucesso”, disse
Rabelo.
O ponto de partida para as
elaborações do tempero se deu em 2009, quando Afonso resolveu realizar uma
pesquisa nas feiras de Manaus para ter uma ideia dos frutos nativos
comercializados. Essa pesquisa durou três anos e resultou na publicação do
livro “Frutos Amazônicos Nativos comercializados nas feiras de Manaus”. Após
essa publicação, o pesquisador deu início ao trabalho de reconhecer as
propriedades nutritivas e medicinais desses frutos e, desde então, tem buscado
meios de para esses frutos serem bem aproveitado na gastronomia Amazônica.
Apoio é bem vindo
Afonso Rabelo tem investido nas
pesquisas envolvendo os frutos nativos comercializados nas feiras de Manaus. No
caso da feijaburi, o pesquisador informou que tem investido do próprio bolso, mas
se caso alguém tenha se interessado pelo tema e queira ajudar colaborando com
as pesquisas, ou por qualquer meio de apoio, pode entrar em contato com ele por
meio do (92) 98813-7458. A previsão é que até dezembro, a feijaburi esteja
sendo comercializada na cidade.
Fonte: Portal Acrítica – Manaus,
AM.
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