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terça-feira, 6 de agosto de 2019

Ferramenta de coleta de frutos de palmeiras do Inpa é certificada pelo Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social

O objetivo do prêmio é identificar, certificar, premiar e difundir tecnologias sociais já aplicadas e implementadas, que sejam efetivas na solução de questões relativas à sociedade

Fonte: Ascom- Inpa

Ferramenta de coleta de frutos de palmeiras arbóreas desenvolvida por técnicos do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa/MCTIC) é uma das quatro iniciativas do Amazonas certificadas pela 10ª edição do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologias Sociais. Ao todo foram 118 tecnologias brasileiras e cinco da América Latina e do Caribe.

Vídeo da coleta de cachos de Tucumãhttps://www.youtube.com/watch?v=Pi9gX9JUlMo
A Palmhaste facilita a coleta de frutos de pelo menos 20 espécies de palmeiras da Amazônia, com ou sem espinho. Estas palmeiras possuem alto valor econômico, social, nutritivo e funcional na região, como açaí, bacaba, buriti, coco, patauá, pupunha e tucumã, entre outros. O instrumento proporciona segurança ao evitar acidentes, agilidade e maior eficiência ao processo de coleta, já que não requer que o coletor suba nas palmeiras ou espere frutos caírem.
A ferramenta foi desenvolvida pelo engenheiro florestal Afonso Rabelo, e pelos ilustradores botânicos Felipe França e Gláucio Belém, vinculados à Coordenação de Biodiversidade (Cobio/Inpa). Eles trabalham na melhoria do instrumento desde 2013.
“Ter a certificação da Fundação Banco do Brasil de Tecnologias Sociais é uma satisfação enorme, e fico na expectativa de que esse reconhecimento possa valorizar e ajudar na popularização da ferramenta Palmhaste”, disse Rabelo. A Palmhaste concorreu na categoria geração de renda.
De acordo com informações do Prêmio, as iniciativas “reconhecidas como soluções capazes de causar impacto positivo e efetivo na vida das pessoas, já foram implementadas em âmbito local, regional ou nacional e passíveis de serem reaplicadas”. Outros trabalhos do Inpa já foram certificados e fazem parte do Banco de Tecnologias Sociais, como o purificador de água (Água Box), a solução cravo-da-índia no controle do mosquito da dengue e óleo de buriti para a indústria de cosméticos a partir da produção da farinha.
Para a coordenadora de Tecnologia Social do Inpa, Denise Gutierrez, este é mais um momento de construção e fortalecimento do setor de tecnologia social no Instituto. “Com essa certificação conseguimos o reconhecimento público que o Inpa desenvolve sim e com primor tecnologias sociais com alta relevância para a comunidade amazônica”, contou Gutierrez, lembrando que o setor incentivou a todos e deu assessoria no preenchimento dos documentos necessários para participação no certame.

Praticidade
Simples e de fácil manuseio, a ferramenta de 18 metros de altura é feita com tubos de alumínio naval, foices na ponta da parte superior e acessórios na parte de baixo para dar equilíbrio, estabilidade e sustentação à “haste”. De quebra, o conjunto da ferramenta conta ainda com uma lona plástica à prova d’água para amortecer a queda dos frutos, evitando que eles se espalhem e sejam danificados na queda.
“O formato final da palmhaste foi obtido depois de um longo processo de interação com os grupos coletores (extrativistas e pequenos agricultores) que iam testando o dispositivo e incorporando melhorias”,ressaltou Rabelo.

Estudos realizados com Ferramenta Palmhaste
Teste realizado na Estação Experimental de Fruticultura Tropical do INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) na rodovia BR-174, Km-30, zona rural da cidade de Manaus, AM. Nesta área, a Palmhaste foi testada nas coletas de cachos de coqueiros gigantes (Cocos nucifera L.), os quais são muitos difíceis de serem colhidos com a escalada de pessoas nas árvores ou com o uso de instrumentos caseiros. Durante seis horas de serviço, foram coletados 500 unidades de cocos. Cada fruto de coco na cidade de Manaus é comercializado no varejo em média ao preço de R$ 3,00, desse modo, o agricultor pode obter uma receita de até R$ 1.500,00 no dia.
Teste realizado na Comunidade Areia Branca, rodovia BR-174, Km-15, zona rural da cidade de Manaus, AM. Nessa comunidade, a Palmhaste foi usada nas coletas de cachos do açaí-solteiro (Euterpe precatoria Mart.) em ecossistemas de baixio na floresta de terra firme, sobre áreas de difícil acesso. Durante 4 horas de serviço, foram coletados duas sacas de 50 quilos de frutos. Cada saca é comercializada em média por R$ 120,00, podendo gerar uma renda de R$ 240,00. Se esses frutos forem beneficiados, rendem até 60 litros de vinho de açaí. Em Manaus, cada litro do vinho é comercializado em média por R$ 10,00, assim sendo, o extrativista pode obter uma renda de até R$ 600,00 durante o dia.

A Palmhaste é considerada uma solução inovadora para a Amazônia e está registrada na Rede SDSN – A Plataforma de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia. Mais informações acesse: http://maps.sdsn-amazonia.org/pt/solution/178

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